Foi a literatura, mas também a poesia, que levou Renate Graf a dedicar-se à fotografia. Durante as leituras que faz determinadas imagens surgem na sua mente, e a fotografia acaba por servir para documentar o que lê.

 

A câmara fotográfica passou a acompanhar a artista durante as viagens que realiza, como meio para documentar as leituras que faz em ambientes tão especiais como o sul da Índia, Marrocos, China, Alasca, Rússia, Iêmen, Camboja, Itália, Alemanha e Áustria, onde nasceu, e em França, onde vive.

 

Renate Graf também criou imagens exclusivas no estúdio do artista Anselm Kiefer, que foi seu parceiro  durante muitos anos.

 

Escritores e poetas como Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, Tagore, T. Eliot, Edmond Jabès, Paul Valéry e Herman Broch são uma fonte constante de inspiração. O cinema também desempenha um papel importante no seu trabalho e diretores de cinema como Win Wenders, Jean-Luc Godard, Werner Herzog, Visconti e Tarkovsky são referências importantes para Renate Graf transformar, através de seus olhar único, imagens em presenças.

 

Sobre o seu trabalho, Renate Graf - refere que: «Eu não sou fotógrafa, no sentido clássico, as minhas imagens existem para servir um propósito diferente do de qualquer verdadeiro fotógrafo, não são completas nem conclusivas. Tampouco são fotografias perfeitas na busca de uma perfeição técnica. Trabalham não apenas como imagens, mas como linguagem, como sinais apontando para um significado.....não definem, testemunham, e na variedade cultural de um universo, são uma linguagem por si só, a minha linguagem para descrever o que vejo. ”

 

Renate Graf trabalha principalmente com fotografia analógica e tiragens a preto e branco. Inicialmente, começou por realizar livros de viagem compostos pelas imagens que criava, às quais associava textos dos autores que a inspiram. O processo tornou-se cada vez mais artesanal, dando lugar a livros de maior formato, encadernados à mão pela própria artista. É durante este processo e neste contexto que surge a necessidade de criar imagens de maior formato que são  reveladas em câmara escura através dos processos tradicionais.

 

Em 2019, a galeria coproduziu a primeira exposição a solo de Renate Graf em Portugal, intitulada The Photographer’s chronicles:  thoughts become images 1992 | 2019. A exposição, composta por cerca de 180 obras, retratava duas décadas de viagens do sul da Índia ao estúdio de Anselm Kiefer.

 

Atualmente, a artista vive entre Paris e Lisboa.