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Manuel Caldeira : Orelha Quebrada

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14 Fevereiro - 29 Março 2025
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Manuel Caldeira , Orelha Quebrada
Exposição: 14.02 > 29.03.25
 
A Galeria Rui Freire – Fine Art apresenta Orelha Quebrada, a mais recente exposição de Manuel Caldeira (n. 1979, Portugal), cuja prática escultórica tem vindo a afirmar-se pela sua investigação em torno da materialidade, do simbolismo do objeto e das suas ressonâncias culturais. Nesta mostra, o artista expande a sua pesquisa sobre a forma e o referente, materializando um vocabulário escultórico onde a cerâmica se impõe como campo especulativo sobre o tempo, a memória e os processos de apropriação.  
 
O título da exposição, inspirado em Tintim e a Orelha Quebrada (1937), sugere um jogo de deslocamentos e duplicações: entre a matriz e a cópia, o vestígio e a reconstrução, o real e a simulação. A orelha, enquanto estrutura orgânica e signo visual, assume-se como metáfora de escuta e transmissão, mas também de falha, perda e fragmentação. Explorando as tensões entre presença e ausência, Caldeira propõe uma leitura onde o objeto escultórico opera como vestígio arqueológico e comentário contemporâneo.  
 
A sua abordagem à cerâmica recusa a neutralidade decorativa, investindo em texturas e patines que ativam um imaginário entre o primitivo e o pós-moderno. As superfícies, tratadas com rigor táctil e tonalidades subtis, oscilam entre uma fisicalidade crua e um acabamento que remete para objetos etnográficos ou achados arqueológicos. O resultado é um conjunto de peças que, ao mesmo tempo que evocam artefactos rituais, desconstroem as narrativas tradicionais sobre a sua origem e valor. 
 
A disposição das esculturas no espaço reforça a sua presença performativa, criando uma mise-en-scène onde os objetos dialogam entre si e com o espectador. O seu agrupamento acentua o jogo entre o singular e o múltiplo, o aurático e o reproduzível, sublinhando a ambiguidade inerente à sua inscrição no circuito da arte contemporânea.  
 
Com Orelha Quebrada, Manuel Caldeira propõe um olhar especulativo sobre o estatuto do objeto, ativando a sua carga simbólica e abrindo caminho a novas leituras sobre memória, apropriação e deslocamento.  
 
Horário:
Terça a Sábado - 14h00 / 19h00 
(Outros horários por marcação)
 
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